domingo, 21 de fevereiro de 2010

Nem percebi que a aula tinha acabado até que vi meus colegas levantando e saindo da sala em direção ao refeitório. Zach passou por mim e piscou. Isso aí. Ele piscou pra mim. Acho que ele ainda era o mesmo Zach simpático de ontem. Por que hoje eu não perdi o ônibus, e quando entrei percebi que nenhuma das cópias de Zach, ou o próprio Zach, estavam rindo nem zombando de mim hoje. Na verdade, eles até me cumprimentaram quando passei por eles para sentar no fundo. Tudo muito estranho, mas todos aqueles “Olá Kate” que eu ouvi quando entrei não eram coisa da minha cabeça. Pelo menos, eu esperava que não. Só sei que apesar de tudo ser muito surreal, eu esperava de verdade que a mudança de Zach fosse permanente, por que minha vida seria infinitamente mais fácil. Outra surpresa minha essa manhã, ao entrar no ônibus, foi perceber ninguém menos que Tyler Smith sentado distraído no fundo. Quando me sentei ao lado dele, o único disponível no ônibus, ele olhou pra mim e abriu um sorriso triste.
Já mencionei que o sorriso de Tyler era capaz de iluminar a cidade toda? Sério. Ele tinha dentes brancos e perfeitos. E os olhos deles sorriam também, o verde se destacando ainda mais, como se tivessem sido iluminados. Mas aquele sorriso no rosto dele no momento era só uma sombra do que geralmente é. Ele estava triste. Mesmo anos sem vê-lo, eu ainda sabia quando ele estava triste. Em alguns aspectos, ele ainda era o mesmo Tyler da minha infância. Então eu perguntei, tentando não ser indiscreta, mas querendo ajudar:
- Tá tudo bem? Você parece... Triste. – Ele nunca pegava o ônibus, geralmente Amy vinha buscá-lo ou ele ia com o próprio carro. Então algo estava errado.

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