sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

- É. Ele é meu vizinho. Não sabia? – Eu disse casualmente. Com o coração aos pulos pela vista de Tyler sem camisa e com medo de que Zach fizesse alguma gracinha.
- Não, não sabia. Cara, dá pra ver o quarto dele daqui. Então ele também pode ver o seu. Não é uma boa idéia deixar sua cortina aberta, sabe. – Ele disse, meio indignado, o que foi até engraçado. E surpreendente também.
- Duvido muito que Tyler fique olhando pra cá, e eu fecho quando vou dormir ou me trocar, se é isso que você quer dizer.
- Eu tenho certeza que olha sim. Ele é um garoto.
Eu ri e levantei pra fechar a cortina, para que Zach parasse de ser tão bobo, mas de repente Tyler olhou pra minha janela e sorriu pra mim. E logo reparou em Zach, logo atrás de mim. Ele ficou com uma expressão estranha, um pouco surpresa, mas eu podia jurar que também era de raiva. E então, com apenas um rápido e indiferente aceno com a cabeça, ele fechou a cortina com violência. E Zach disse:
- Ele é meu capitão no time e tudo mais, mas as vezes ele é um esquisito. – depois deu uma rápida olhada para o relógio e continuou -Hei, já esta ficando tarde, eu preciso ir.
- Ah. Tudo bem. – Eu ainda estava atordoada, nunca vira Tyler com raiva antes. E nada explicava aquela raiva. Será que era por que eu estava espiando pela janela? – Eu desço com você. Vamos. – Janela idiota. Eu prometi a mim mesma nunca mais espiar enquanto descia as escadas com Zach. Que rapidamente me tirou dos meus devaneios:
- Hã, Kate. – ele foi dizendo meio sem graça.
- Sim? – Eu respondi sorrindo. Afinal, Zach foi um amor com meu irmão hoje, e não fez nenhuma piada ruim nem nada, então eu tentei ser o mais simpática possível. – Pode falar.
- Obrigado, er, pelas aulas e tudo mais. Foi muito legal. Na verdade, seus pais, seu irmãozinho foram muito legais também. E você me ensinando e tudo mais, eu não merecia. Não depois de te tratar tão mal todo esse tempo. Mas valeu. De verdade. – E me abraçou na porta da minha casa. Rápido e um pouco desajeitado, mas definitivamente um abraço.
- Disponha sempre que precisar, Zach. E obrigada você, Peter te adorou. E meus pais também. – eu disse, ainda sem me recuperar do abraço. Nenhum garoto nunca me abraçou, só o Pete. E ele é um bebê, não é bem um garoto ainda. Então não conta, acho. – Até logo.
- Até. – Disse Zach já indo embora.

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