segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

- Não, tá tudo bem. – Ele pareceu surpreso que eu tenha percebido, e apesar de ter negado, o sorriso ainda parecia triste. – Eu... Bom, a Amy ficou chateada ontem a noite, por que eu não tava com humor pra sair. Brigamos, eu acho. Na verdade, ela brigou comigo. – Ele deu uma risada tentando demonstrar que não era grande coisa, mas até a risada dele foi triste.
- Hum, vai ficar tudo bem, sabe. Ela vai entender. É só conversar com jeito. – Eu não fiquei feliz como achei que ficaria sabendo dos “problemas no paraíso Amy-Tyler”. Na verdade, me chateou. Tyler estava triste, e se esses problemas impediam que o mundo visse o sorriso sincero e perfeito dele, bom, eu não ficava feliz. Eu tinha uma queda por ele, claro, mas queria vê-lo feliz.
- É – ele começou sem jeito – Eu vi o Zach ontem, no seu quarto. Vocês agora são amigos ou o quê?
- Amigos. – Falei sem muita segurança. Pensei um pouco sobre isso, acho que essa é uma boa definição para o que Zach estava se tornando – É, eu acho que sim.
- Eu... – Ele ia dizer algo, mas não pôde, por que alguém chamou meu nome e quando reparei, era Zach que acenou e indicou com o dedo que eu fosse até ele. E eu olhei para Tyler que se limitou a dizer – Vai lá. Vejo você por aí. E eu vim para escola ao lado de Zach, conversando sobre a música que eu havia lhe mostrado ontem.
Quando percebi que quase todos os meus amigos já tinham saído da sala, eu me levantei e fui em direção ao refeitório, onde contei para Ash grande parte da história. Ela estava entusiasmada e me pediu todos os detalhes possíveis. E eu dei. Contei sobre Sherlock e Peter terem adorado Zach, sobre o abraço, sobre o olhar de raiva de Tyler e tudo mais, inclusive o que aconteceu hoje no ônibus. Ela disse:
- Uau. O Zach nem parece ele mesmo. Quer dizer, desde que você voltou da Califórnia ele te trata mal, e ontem do nada ele é outro cara. Vou te falar, garota, ou ele tá te enganando agora, ou ele tá afim de você. – Eu fiquei encarando a Ashley. Fala sério. Afim de mim? O Zach? Não mesmo. Ele precisava de ajuda com história. Só isso. Suspeito até que ele é bem legal, e que guardava a maldade só pra mim e pros outros nerds da escola. Mas quase todos os populares faziam isso, certo? Eu encarei a Ash um pouco mais, ela é quase uma top model. Sério. Ela tem o cabelo igualzinho o da Kari Hilson, sabe? Um corte moderno e curto. Preto cheio de mechas mais claras. E ela é morena pra valer. Uma pele bonita e bem cuidada que ela diz que é obra de arte. Eu não conseguia entender por que ela andava comigo, mas ela nunca gostou da galera popular. Sempre foi meio rebelde. Josh finalmente se concentrou em mim e disse:
- Sabe K. eu acho que a Ashley tem razão. Esse cara tá armando, ou tá afim de você. – Disse ele, apoiando a namorada.
- Quem tá afim da Kate, Josh? – Disse Jess, sentando com a Lizzie no lugar de sempre.
- O que? Tem alguém afim de você Kate? Que bom... Quem é? – Lizzie disse, toda entusiasmada.
- Zach Carter. – Ashley e Josh disseram ao mesmo tempo em que eu disse:
- Ninguém tá afim de mim... – Já zangada.
- Mas o cara é um completo idiota. – Jess falou horrorizado.
- Jess, ele não é assim tão ruim. – Lizzie falou.
- Ah, desculpa dizer Lizzie, mas é sim. – Jess foi dizendo – Quer dizer, o cara tá quase reprovando. Ele é só um conjunto de músculos sem cérebro.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Nem percebi que a aula tinha acabado até que vi meus colegas levantando e saindo da sala em direção ao refeitório. Zach passou por mim e piscou. Isso aí. Ele piscou pra mim. Acho que ele ainda era o mesmo Zach simpático de ontem. Por que hoje eu não perdi o ônibus, e quando entrei percebi que nenhuma das cópias de Zach, ou o próprio Zach, estavam rindo nem zombando de mim hoje. Na verdade, eles até me cumprimentaram quando passei por eles para sentar no fundo. Tudo muito estranho, mas todos aqueles “Olá Kate” que eu ouvi quando entrei não eram coisa da minha cabeça. Pelo menos, eu esperava que não. Só sei que apesar de tudo ser muito surreal, eu esperava de verdade que a mudança de Zach fosse permanente, por que minha vida seria infinitamente mais fácil. Outra surpresa minha essa manhã, ao entrar no ônibus, foi perceber ninguém menos que Tyler Smith sentado distraído no fundo. Quando me sentei ao lado dele, o único disponível no ônibus, ele olhou pra mim e abriu um sorriso triste.
Já mencionei que o sorriso de Tyler era capaz de iluminar a cidade toda? Sério. Ele tinha dentes brancos e perfeitos. E os olhos deles sorriam também, o verde se destacando ainda mais, como se tivessem sido iluminados. Mas aquele sorriso no rosto dele no momento era só uma sombra do que geralmente é. Ele estava triste. Mesmo anos sem vê-lo, eu ainda sabia quando ele estava triste. Em alguns aspectos, ele ainda era o mesmo Tyler da minha infância. Então eu perguntei, tentando não ser indiscreta, mas querendo ajudar:
- Tá tudo bem? Você parece... Triste. – Ele nunca pegava o ônibus, geralmente Amy vinha buscá-lo ou ele ia com o próprio carro. Então algo estava errado.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

- É. Ele é meu vizinho. Não sabia? – Eu disse casualmente. Com o coração aos pulos pela vista de Tyler sem camisa e com medo de que Zach fizesse alguma gracinha.
- Não, não sabia. Cara, dá pra ver o quarto dele daqui. Então ele também pode ver o seu. Não é uma boa idéia deixar sua cortina aberta, sabe. – Ele disse, meio indignado, o que foi até engraçado. E surpreendente também.
- Duvido muito que Tyler fique olhando pra cá, e eu fecho quando vou dormir ou me trocar, se é isso que você quer dizer.
- Eu tenho certeza que olha sim. Ele é um garoto.
Eu ri e levantei pra fechar a cortina, para que Zach parasse de ser tão bobo, mas de repente Tyler olhou pra minha janela e sorriu pra mim. E logo reparou em Zach, logo atrás de mim. Ele ficou com uma expressão estranha, um pouco surpresa, mas eu podia jurar que também era de raiva. E então, com apenas um rápido e indiferente aceno com a cabeça, ele fechou a cortina com violência. E Zach disse:
- Ele é meu capitão no time e tudo mais, mas as vezes ele é um esquisito. – depois deu uma rápida olhada para o relógio e continuou -Hei, já esta ficando tarde, eu preciso ir.
- Ah. Tudo bem. – Eu ainda estava atordoada, nunca vira Tyler com raiva antes. E nada explicava aquela raiva. Será que era por que eu estava espiando pela janela? – Eu desço com você. Vamos. – Janela idiota. Eu prometi a mim mesma nunca mais espiar enquanto descia as escadas com Zach. Que rapidamente me tirou dos meus devaneios:
- Hã, Kate. – ele foi dizendo meio sem graça.
- Sim? – Eu respondi sorrindo. Afinal, Zach foi um amor com meu irmão hoje, e não fez nenhuma piada ruim nem nada, então eu tentei ser o mais simpática possível. – Pode falar.
- Obrigado, er, pelas aulas e tudo mais. Foi muito legal. Na verdade, seus pais, seu irmãozinho foram muito legais também. E você me ensinando e tudo mais, eu não merecia. Não depois de te tratar tão mal todo esse tempo. Mas valeu. De verdade. – E me abraçou na porta da minha casa. Rápido e um pouco desajeitado, mas definitivamente um abraço.
- Disponha sempre que precisar, Zach. E obrigada você, Peter te adorou. E meus pais também. – eu disse, ainda sem me recuperar do abraço. Nenhum garoto nunca me abraçou, só o Pete. E ele é um bebê, não é bem um garoto ainda. Então não conta, acho. – Até logo.
- Até. – Disse Zach já indo embora.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

- Oh, olá Kate. Quem é aquele jovem bonito no quintal dos fundos com Sherlock e Peter?
- Ah mãe, é meu colega da escola, Zach Carter, eu vou ajudá-lo a estudar hoje.
- Hum, você não me disse que teria visitas. – Epa. Justo o que eu temia. Mas antes que eu pudesse pedir desculpas ela continuou – Oh Querida, eu poderia ter trago um lanche para vocês ou algo. – Isso me surpreendeu. E eu respondi:
- Ah mãe, não se preocupe, Maria esta fazendo um bolo para nós. Bom, é melhor eu ir lá ajudar o Zach com o Pete.
- Faça isso mesmo. Depois o traga aqui pra dentro, eu gostaria de conhecê-lo , querida. – E como sempre fazia, ela me deu um beijo na testa e subiu para se trocar, e eu tratei de correr e ir lá socorrer Zach.
- Zach. – Eu gritei pra ele, e ele olhou pra mim e sorriu.
- Hei. E aí? O Peter aqui tava me mostrando o Sherlock. Belo cão. Bem educado.
- Lock bonzinho. – Peter disse, todo orgulhoso.
- Ah sim – Eu disse - é, ele é um bom cão. Bom, Maria esta fazendo um bolo e o lanche não vai demorar. Mas enquanto isso é melhor começarmos a estudar, não?
- Ah sim, claro. – Zach disse, e então se voltou para Peter – Desculpa, campeão, mas tenho que ir. Depois você me mostra tudo direitinho, tudo bem?
- Ah não. – Peter estava fazendo bico. O que era bem irresistível as vezes. Zach então bagunçou o cabelo de Peter e disse:
- Ah, vamos lá, carinha. Eu prometo que depois eu brinco com você, tá?
- Promete mesmo? – Peter disse, já mais feliz.
- Claro. Agora, vamos entrar. – E para mim disse – Vamos, Kate?
E assim viemos os três parar na sala. Minha mãe já estava no sofá, com um exemplar de um de seus enormes e potencialmente chatos livros da Universidade. Ela era muito bonita. Seu cabelo loiro e longo estava preso em um rabo de cavalo, e quando nos ouviu chegando, levantou seus olhos surpreendentemente azuis e profundos e disse com um sorriso:
- Ora, Ora. Olá. – Disse para Zach e levantou-se para cumprimentá-lo. – Você deve ser o Zach, tudo bem?
- Ah, sim. Zach Carter, Sra. Robinson, muito prazer. – Disse ele, apertando a mão da minha mãe. Que imediatamente disse:
- Ah, nada disso, querido. Pode me chamar de April.
- Tudo bem, April – disse ele com relutância. – A senhora tem uma bela casa.
- Obrigada. Sinta-se a vontade. – Ela abriu seu lindo sorriso e perguntou pra mim – O que vocês vão estudar hoje?
- História, mãe. Zach precisa de ajuda e você me ensinou bem, então vou compartilhar o conhecimento. – E ri da maneira mais convincente que pude.
- Hum, muito bem então. Se precisarem de algo, estarei no meu escritório lá em cima, ok? Bom estudo, crianças. – E assim ela levou Peter pra cima, me deixando praticamente sozinha com Zach. Eu estava preocupada, é claro. Mas durante todo o resto do dia Zach portou-se como um cavalheiro.

Subimos pro meu quarto com nossos livros e eu ensinei a Zach tudo que ele pediu. Tirei todas as dúvidas e até fizemos nossos deveres juntos. Meu pai chegou em casa e surpreendeu-se ao ver o filho do seu chefe sentado no chão do meu quarto, mas logo se recuperou e até o convidou para jantar conosco. Ele aceitou e até me ajudou com a louça depois. Subimos de novo pro meu quarto para terminar os deveres quando ele observou:
- Hei, aquele ali é o Tyler? – Disse, olhando para janela do quarto do Tyler, que estava sem camisa, caminhando pelo quarto.
Entramos em casa, e a primeira coisa que eu vi foi Peter, com sua cabeleira loira toda enrolada vindo em nossa direção, correndo. Ele era bem gordinho e bonito. Ele puxara da mamãe o cabelo loiro e os olhos verdes do papai. Então ele disse:
- Kate, Kate, olha. Pete fez surpresa pra Kate.
- Zach, esse é meu irmãozinho Peter. – Eu disse sem graça, me agachando pra poder olhar o que Peter tinha feito pra mim – Deixa a Kate ver o que você fez, Pete. Vem cá.
Peter colocou na minha mão um desenho que ele provavelmente demorou muito pra fazer. Eu estava tentando ensiná-lo a desenhar, mas crianças de três anos não tem lá muito coordenação, então, eu pude distinguir apenas o que deveria ser uma pessoa. E pelas cores do que devia ser o cabelo e dos olhos, eu tinha um belo palpite de quem era. E Peter apontando pro conjunto de rabiscos, confirmou:
- Essa é a Kate. Viu? E esse é o Lock. – Disse ele apontando pra os rabiscos marrons e menores: era Sherlock, meu cachorrinho Beagle. – Kate gostou?
- Claro, Pete. É lindo. Muito obrigada. Vou pendurar lá na minha parede com os outros, tá? Hei, esse aqui é o Zach, Peter. Diz oi pra ele. – peguei meu pequeno e pesado irmãozinho no colo, pra que ele pudesse ver Zach mais de perto. E Zach me surpreendeu quando estendeu os braços pro Pete e disse:
- Posso?
- C-claro. – E entreguei o Peter pra ele. E por incrível que pareça, Peter gostou de Zach. E o mais surpreendente de tudo é que Zach de fato escutou com paciência tudo que Peter tentava lhe dizer, depois o colocou no chão e até mesmo foi atrás dele, prestando atenção em tudo que ele lhe mostrava e dizia. E parecia estar se divertindo quase tanto quanto Peter. Eu estava atordoada, aquele não era o Zach que eu conhecia. – Vou até a cozinha arrumar algo pra comermos, tudo bem?
- Claro, quer ajuda?
- Ah, não, tudo bem. Volto logo. – e fui indo pra cozinha pedir pra Maria nos fazer um lanche antes de encerrar o expediente. Ela disse que tudo bem, que só ia embora quando minha mãe chegasse do trabalho.
- Mamãe vai chegar em casa mais cedo hoje? – perguntei meio surpresa e meio preocupada, afinal, não tinha contado a ela sobre Zach nem nada.
- Sim, Kate. Ela deixou um bilhete ali na geladeira. Ela tirou parte da tarde de folga por causa do Seminário de hoje a noite. Na verdade, acho que ela já deve estar chegando. – Foi quando ouvi a porta batendo e minha mãe gritando lá da sala, como sempre fazia:
- Olá? Já cheguei.
Corri para sala o mais rápido que pude e vi minha mãe olhando surpresa para Zach, que estava tão distraído brincando com Peter e com Sherlock no quintal que sequer ouviu a chegada da minha mãe.
- Oi mamãe. Chegou cedo. – Disse, tentando não demonstrar preocupação ou medo, afinal, não estava fazendo nada de errado.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Cápitulo 2

Ashley me pertubou a manhã inteira. Sério. Eu tentei ser rápida nos períodos livres, mas ela sempre me alcançava. Lá pela quarta aula, ela já estava pra lá de brava. Tinha mandado tantas mensagens pelo celular perguntando sempre a mesma coisa, que eu nem lia mais. Senti meu celular apitando no bolso, sei lá, pela décima vez só nessa aula e resolvi ler a mensagem. Ela dizia – Ah que surpresa – exatamente a mesma coisa que as outras muitas que já tinha me mandado:

“Kate Natalie Robinson, juro por Deus que se você não me contar o que aconteceu ontem eu vou ter um ataque. Valeu? Isso mesmo, um ataque. Eu sou sua melhor amiga e mereço saber. E você não quer que eu tenha um ataque, acredite em mim.”

Era a cara da Ash, jogar na minha cara que era minha melhor amiga com o objetivo de arrancar informação de mim. E me chamar pelo nome todo? Bem parecida com a minha mãe, e ela só faz isso quando ta muito zangada. Então, antes que ela tivesse realmente um ataque, eu respondi:

“Escuta Ash, para de agir que nem criança, tá legal? Eu vou contar no almoço. Não tenha um ataque.”

Ela não me mandou mais nenhuma mensagem depois disso. Ela provavelmente estava quicando na cadeira de ansiedade, mas me deixou em paz. Na verdade, essa empolgação dela é meio sem sentido. Nada demais aconteceu ontem. Eu estava tão nervosa com Zach indo lá em casa, que fiquei calada o caminho todo. Fomos andando, por que eu não tinha carteira e muito menos carro, e Zach só usava o carro para passeios, não pra ir à escola. O pai dele tinha medo que vandalizassem a BMW de Zach no estacionamento da escola ou algo assim. Então, foram três longos e silenciosos quilômetros andando desconfortavelmente lado a lado.
Mas parece que só era desconfortável pra mim, por que Zach assobiava uma melodia que eu podia jurar que era Just Like Heaven, do The Cure. Quando chegamos à minha rua, eu perguntei:
- The Cure? – Por que eu estava curiosa e fincando ainda mais desconfortável com o silêncio, e eu, tudo bem eu admito, simplesmente adoro The Cure.
- Ah, é. Isso. Conhece? – Perguntou ele surpreso.
- Claro, é uma das minhas bandas preferidas. - E é mesmo. Quer dizer, eu nunca nem imaginei que Zach, justamente ele, pudesse ter sequer uma coisa em comum comigo. – Achei que você fosse mais do tipo Hip-Hop, sei lá.
- Eu gosto de Hip-Hop também, mas tenho respeito pelos clássicos. Algumas bandas são realmente muito boas, sabe como é. – Ele estava ficando sem graça, como se tivesse confessado uma fraqueza, ou algo assim.
- Bom, aqui estamos. – Tínhamos chegado á minha casa. Esperei alguma reação negativa da parte de Zach, um som de repulsa, uma careta ou algo assim, mas tudo que ele disse foi:
- Bela casa, Robinson. Vamos entrando? – Disse ele, sem sarcasmo ou zombaria na voz.
- Claro, Carter. – Eu disse, chamando-o pelo sobrenome também, bem casualmente, da melhor maneira que pude.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Kate e Ty ♥



O atores Adam Gregory e Jessica Stroup, da série 90210 (o novo "Barrados no Baile) são o que eu imaginei como sendo o Tyler e a Kate. :D
A montagem não ficou muito bem feita, mas espero que gostem.
Em breve, mais de "You Belong with me".
Beijos.
Então não foi exatamente uma surpresa quando ouvi a voz dele logo atrás de mim:
- Kate, por favor. Não seja difícil. Só um sorvete, você nem precisa considerar isso um encontro se você não quiser.
- Escuta Zach, mesmo que eu quisesse, não poderia ir. Eu tenho que cuidar do meu irmãozinho hoje. – Nem era mentira, eu tinha mesmo que cuidar do Peter. – Meu pai tá preso em um grande caso no trabalho e minha mãe vai dar aulas hoje a noite em um seminário. Então, que pena. Não posso. Sinto muito. – Eu não sentia coisa nenhuma, mas pelo menos ele ia me deixar em paz.
- Ah. Eu vou ser honesto com você, certo? Eu tô reprovando na matéria da Sra. Davis e você é tipo, a melhor aluna naquela classe. Você é ridiculamente inteligente. E eu, bom, não sou. Inteligente, quero dizer. De jeito nenhum. – Ele parecia envergonhado em me elogiar, mesmo que não fosse bem um elogio pelo jeito que ele falou. Mas ele continuou - E eu sei que não mereço sua ajuda e que você tem todos os motivos do mundo pra não querer nem estar no mesmo ambiente que eu. Mas eu preciso passar nessa matéria. Não pediria nada a você se não precisasse. Juro.
- Por que você simplesmente não pediu ajuda ao invés de fingir que queria sair comigo? – Eu já tava ficando mais calma, mas perguntei carrancuda mesmo assim. Não queria que ele achasse que eu tava dando mole nem nada assim.
- Por que eu achei que você fosse ficar menos ofendida se eu fosse com calma. E eu não fingi, não exatamente.
- Tá. Tudo bem. Pode ir lá em casa depois da aula, que eu te ajudo.
- Mas e seu irmãozinho? – ele perguntou preocupado.
- Bom, será uma troca de favores. Você me ajuda com o meu irmãozinho e eu te ajudo com História.
- Por mim, tudo bem. Nossa, obrigado Kate. Sério. – ele segurou minhas mãos com entusiasmo e saiu apressado pelo corredor, juntando-se às outras pessoas que sairam do refeitório quando o intervalo acabou. Tratei de ir andando também, não poderia chegar atrasada em outra aula hoje. E o Treinador Winchester não tolerava atrasos em suas aulas de Educação Física. Ashley veio correndo atrás de mim, tentando acompanhar meus passos e disse:
- Impressão minha ou você acabou de convidar Zach pra ir na sua casa hoje a noite? – Havia algo na voz dela, incredulidade e... empolgação, talvez. Ela estava empolgada com a ruína na minha vida. Isso era bem a cara da Ash. Ela com certeza estava imaginando tudo errado.
- Ele só quer ajuda com a matéria da Sra. Davis, Ash. Ele inventou aquela história de aposta e de sair comigo por que não teve coragem de uma abordagem mais direta. Ele só quer uma professora. Só isso.
- Aham, eu pareço ser alguma idiota? Qual é, Kate. Tem alguma coisa rolando aí. Zach Carter tem dinheiro suficiente pra pagar uma professora particular de verdade. O Sr. Carter ganha milhões por ano com aquela empresa dele. Ele é chefe do seu pai, inclusive. Hoje é seu dia de sorte garota. Primeiro você teve a chance de sentir o corpo do senhor eu-sou-perfeito Tyler Smith e Zach ainda arrumou uma desculpa pra sair com você.
- Fala sério. Primeiro: O corpo do Tyler em cima de mim, naquelas circunstâncias pelo menos, não foi nada agradável. Ele é bem pesado, sabe como é. E o Zach não tá afim de mim, eu acredito até que ele não gosta de mim de jeito nenhum. E eu gosto muito menos dele. Então, nada de sorte. Vou ajudá-lo, por que apesar de idiota, ele não merece reprovar. Pelo menos é o que eu to tentando me convencer.
- Não seja tão amarga. Lembra que o primeiro passo é a negação. – Eu pensei seriamente em dar uma boa resposta pra ela, mas Ashley é esperta, ela simplesmente piscou pra mim e seguiu pra própria aula. E eu corri pra não me atrasar, apesar de não querer de jeito nenhum que o dia hoje corresse, apesar de ser esse meu desejo todos os dias.
Mas Ashley me deixou nervosa em um sentido. Zach era realmente muito rico, ele morava em uma das melhores e mais caras casas de Princeton, e minha casa, mesmo sendo acima da média, meu pai era um dos melhores advogados da cidade e mamãe era a melhor professora de História do país, não era lá grande coisa, comparada com aquelas casas. Quer dizer, eu gosto da minha casa. Muito. Mas a idéia de Zach, em muitos sentidos meu pior pesadelo, sentado na sala ou em qualquer outro cômodo da minha casa embrulhou meu estômago.
Ah meu Deus. No que foi que eu me meti?

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Eu estava totalmente concentrada nos meus desenhos, por isso nem reparei quando alguém ocupou o lugar ao meu lado rindo. Sério, nem me dei ao trabalho de levantar os olhos e checar, por que o cheiro da loção de barbear, do perfume masculino e o sarcasmo naquele risinho o entregaram totalmente.
- Zach – disse sem emoção alguma – Ao que devo a honra? – Levantei a cabeça para olhar pro meu inferno particular.
- Ah Kate, eu fiz uma aposta com os garotos, sabe. – disse ele com sua enganosa voz simpática.
- Hum, que bom para vocês. – Voltei para os meus desenhos, eu não queria ficar papeando com Zach, nem muito menos queria saber do se tratava a tal aposta.
Mas acho que ele não se importou com minha falta total de interesse, por que continuou como se nem tivesse parado:
- Apostei com eles que você aceitaria minha trégua e sairia comigo hoje á noite.
Nessa hora, até a Ashley começou a prestar atenção na conversa. Na verdade, todos eles estavam prestando atenção agora. Zach sempre foi horrível comigo, desde que eu voltei da Califórnia. E agora estava armando alguma pra cima de mim, por que estava ali, bonito e perfumado, com um sorriso imenso, pedindo pra sair comigo. Ta certo. Como se isso fosse possível, sem uma grande e humilhante armação por trás. Acho que fiquei encarando ele por alguns longos segundos e aquele sorriso aparentemente sincero foi sumindo e ele me olhou com intensidade e disse, já que não respondi:
- Olha, é sério. Eu quero uma trégua. Só um sorvete comigo e nada mais. Por favor? – Ele nem parecia aquela criatura maligna rindo de mim mais cedo, mas eu sabia bem que ele era.
- Ok, certo. Qual é a armação?
- O que?! Que armação? – ele disse fingindo inocência.
- Ah Zach, você é péssimo ator. Sério, essa carreira esta vetada pra você. Você ta me chamando pra sair? Se eu me lembro bem, hoje de manhã enquanto você fazia gestos grosseiros e caretas no ônibus enquanto eu corria pra alcançar, não parecia haver nenhum indício de que você me chamaria pra o que quer que fosse, a não ser que envolvesse uma armação. Então, a resposta é não. – E levantei. Fala sério. Aquele garoto idiota fazia da minha vida escolar um inferno. Eu não estava com paciência pras gracinhas dele.
Mas, acho que ele não ia desistir tão fácil, já que segurou meu braço, e disse:
- Olha, eu não apostei coisa nenhuma, ok? Eu inventei aquilo pra te chamar pra sair, e você bem que podia me dar uma chance. Desculpa pelo lance do ônibus. E por ser um idiota com você. É que você fica engraçada correndo... Mas andei pensando e estou arrependido. Quero te recompensar por ter sido idiota todo esse tempo. Só um sorvete. Por favor?
Eu já estava quase na porta do refeitório, mesmo com ele segurando meu braço. Eu parei e me virei pra encará-lo, ele parecia sincero. Mas eu não estava com muita paciência, ser atropelada pelo astro da escola depois de uma noite mal dormida e a corrida forçada atrás do ônibus não estavam cooperando com meu humor.
Não me leve a mal, o Zach é muito bonito e tudo mais. Ele é tão alto quanto o Tyler, só que tem o cabelo meio ruivo e os olhos azuis, quase verdes. Mas ele tornava a vida desnecessariamente difícil pra mim. E eu estava quase cem por cento certa de que havia alguma roubada nessa história toda. Então, eu só disse curta e grossa:
- Obrigada pelo convite, mas não. – E puxei meu braço com força. Ele não esperava por isso, portanto foi fácil me livrar do aperto da sua mão gigante de Running Back. E andei o mais rápido que pude, antes que ele se recuperasse e resolvesse me seguir. Afinal, ele não era o Corredor do time por nada, ele era rápido. Muito rápido.
Foi quando Josh, Lizzie e Jess vieram se sentar conosco que eu reparei que o refeitório já estava cheio. Josh era namorado de Ashley desde sei lá quando, e ela meio que ficou calada depois que ele chegou, aparentemente não se pode conversar e agarrar o namorado ao mesmo tempo. Lizzie e Jess também estavam juntos, mas já haviam superado essa fase de agarração e conversavam, não, o melhor seria dizer que eles discutiam, a respeito do CSI Miami da noite passada.
- Eu já te disse, Jess, não fazia sentido nenhum, aquele homem ter sido o assassino. – Disse Lizzie, uma das líderes de torcida, mas ainda assim nossa amiga. Ela não se importava em andar com os não-populares. Não mesmo. Na verdade, ela nos achava muito mais divertidos que os garotos populares, que, de acordo com ela, só falavam de moda, de outras pessoas ou de futebol. E também tinha o Jess, um garoto muito inteligente que estava em quase todas as classes avançadas da escola, mas que era alto, loiro e tinha os mesmos olhos azuis de Lizzie. Ele era forte e ideal para jogar futebol no time da escola, mas apesar dos esforços do treinador para convencê-lo a jogar, ele se recusava, dizendo que não havia necessidade de demonstrar sua força derrubando os outros no campo. O que até fazia sentido, se você quiser saber minha opinião. Eles combinavam totalmente. Inclusive nessa história de CSI, nunca gostei de seriados investigativos, mas eles adoram e todos os dias estão discutindo sobre algum episodio.
- Ah Lizzie, você tem que entender, se fosse alguém óbvio, qual seria a graça? – Disse Jess, carinhosamente. Voltei para os meus desenhos. Eu ficava desconfortável naquela situação. Eu era a única solteira da mesa e não me agradava em nada ficar assistindo as agarrações de Josh e Ash e muito menos todo o amor e adoração na voz de Jess ao falar com Lizzie. Não tinha ciúmes deles, de jeito nenhum. Apenas uma pontada de inveja. Parece que eu, a nerd, nunca ia conseguir achar um namorado. “Você tem que se arrumar mais, Kate.” Dizia a Ash de vez em quando. Ela vive dizendo que eu sou bonita, que se me arrumasse poderia até arrumar um namorado... Mas sinceramente, eu não tenho muitas chances. Andar em um salto alto? Não, não mesmo. Qual é, eu simplesmente não nasci pra isso. Eu não posso virar uma líder de torcida do nada. Não me agrada em nada a perspectiva de acordar mais cedo para passar maquiagem ou arrumar o cabelo, abrir mão das minhas camisetas e calças jeans só por causa de um namorado, certo?

E ainda mais, eu estou no coral. É isso aí. Além de artista fracassada, nerd e esquisita, eu estou no coral da escola. Na verdade, eu até que sou muito boa com o violão e tudo mais, e minha voz não é nada ruim. Meu sonho e ter uma banda e conseguir ajudar as pessoas, tipo o Bono, do U2. Mas as pessoas populares não são legais com os que estão no coral. Não mesmo. Acho que é parte do motivo de eu ser tão sacaneada e tudo mais. Não que eu vá desistir do coral ou da minha personalidade pela popularidade. De jeito nenhum.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Uma pequena homenagem ♥

Uma pequena homenagem para uma amiga que tem me apoiado de todas as maneiras possiveis, com dicas, incentivo e muito amor.
http://www.youtube.com/watch?v=av8_Q_6xZ-Y
Eu vejo suas verdadeiras cores, Fofuxinha.

Obrigada a vocês também que têm lido e visitado, agradeço muito!
Assisti ao resto das aulas sem entusiasmo algum. O almoço, porém, foi como um raio de sol nesse dia nebuloso. Minha melhor amiga, Ashley Lewis, que assistia apenas às aulas de literatura comigo, por estar no terceiro ano e só estar fazendo essa aula para ganhar créditos e assim evitar a reprovação, encontrou comigo na nossa mesa de sempre com um sorriso radiante no rosto moreno e lindo. Colocou sua bandeja contendo apenas um pouco de frango e um refrigerante diet na nossa mesa, sentou-se e sem nenhuma enrolação, disparou:
- Então quer dizer que você foi atropelada por Tyler Smith? – A admiração em sua voz ao pronunciar o nome de Tyler era a mesma que eu sempre ouvia na voz das calouras e líderes de torcida de nossa escola, uma admiração que chegava a ser quase adoração. Respondi com indiferença:
- Sim. Ele me acertou com bastante força, mas acho que não foi nada.
- Ah. Meu. Deus. – Ela disse cada palavra pausadamente, demonstrando entusiasmo e talvez até um pouco de choque, por causa de minha indiferença. – Qual é Kate! O cara é seu vizinho, e tipo, ele é o maior gato. Você nem sequer fala direito com ele. Se eu fosse a vizinha dele, arrumaria desculpas todos os dias para aparecer na casa dele e com certeza, tiraria algum proveito da proximidade. É o Tyler Smith, cara.
- Ash, por favor, até parece que o Tyler está disponível. Ele e Amy estão juntos. – Falei, destacando bem a palavra juntos, para que Ashley entendesse. Não foi apenas o físico de Tyler que mudara com os anos que se passaram quando estive fora, ele agora também namorava Amy Miller, chefe das lideres de torcida da escola. Com seus longos cabelos loiros, corpo escultural e olhos azuis, ela fazia o tipo “rainha do baile”. Andava sempre com saltos altos, mini saias e roupas da última moda. Eu não conseguia andar de saltos e não gostava de saias. As usava apenas quando a situação pedia. Não tinha nenhuma noção de moda e meu cabelo só era cortado raramente, para não crescer muito, mas não tinha nenhum corte da moda nem nada assim.
- Ah – disse Ashley – ela é mesmo muito linda. Mas você tem seu charme e quando se arruma até que fica bonita. – Seu tom de voz maternal denunciava que aquilo era apenas o que uma amiga devia dizer e não uma opinião sincera. Então, murmurei um “Obrigado” sem graça e continuei minha refeição. É claro que ela continuava falando, mas eu já não prestava mais tanta atenção.
Então, como que para confirmar o que eu dissera momentos antes a respeito de sua beleza, Amy passou por nós com sua pose de rainha e seu olhar de repulsa dirigido a todos os não-populares cujos olhares cruzavam com o dela. Incluindo o meu. Era uma pessoa superficial, a meu ver. Mas, era rica, bonita e popular, então ninguém se importava em saber se ela era ou não inteligente ou se tinha aspirações interessantes para seu futuro. Acho que as coisas mais longas que ela já leu na vida foram as revistas de moda que vejo em suas diferentes bolsas toda semana. Mas, como quase todos os outros populares privilegiados da escola, ela queria entrar em uma Universidade da Ivy League, de preferência Princeton. Tyler queria entrar para Princeton ou Harvard, e eu sabia disso por que quando éramos crianças brincávamos fingindo que íamos juntos a Universidade e seus pais deram para ele de presente camisetas de Harvard e Princeton, incentivando esse sonho desde cedo, decidindo apoiá-lo, em qualquer escolha que ele fizesse.
Eu não achava Amy Miller a garota ideal para Tyler, que apesar de também ser popular, lia os mais diversos tipos de livros, de fantasia á ficção científica. Também desenhava, assim como eu, e nunca desprezou nenhum dos alunos da escola, nem mesmo os nerds ou os considerados “esquisitos” como eu. E sempre brigava com os meninos do time quando os surpreendia incomodando alguém considerado fora dos padrões. Uma pena ele nunca estar presente quando Zach e seu bando me torturavam com piadinhas a respeito dos meus esforços, em vão, para pegar o ônibus de manhã, ou a respeito de meus desenhos, que eles apelidaram nada carinhosamente de “coisa de nerd”.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Continuando! :D

Eu adorava as aulas da Sra. Davis, mas ultimamente eu andava cansada. Meu irmãozinho Peter estava com quase três anos e ser babá dele já não era mais uma tarefa fácil. Meu pai precisava trabalhar até tarde em seus complicados casos. E a empresa de Advocacia em que trabalhava contava com o brilhante Phillip Robinson para resolvê-los. Mamãe, que não conseguia ficar parada, aproveitou-se do fato que Peter não é mais tão dependente dela e voltou a trabalhar como professora na Universidade de Princeton, aqui mesmo em Nova Jersey, em Princeton. Um dos cem melhores lugares para se viver. Pelo menos é o que dizem por aí. Então, quando Maria Sanchez, nossa empregada e em vários sentidos, segunda mãe encerrava o expediente, eu entrava como babá do Peter. Contando com as várias horas que eu tenho dedicado aos estudos, por causa das provas finais que estão se aproximando mais minhas noites de sono mal dormidas e o estresse usual da adolescência... Bom, perdida em devaneios e influenciada pelo cansaço, acabei dormindo. Só percebi que havia caído no sono quando ouvi a voz firme e rouca da Sra. Davis:
- Senhorita Robinson? Senhorita Robinson?
- Hum? – respondi debilmente, levantando-me o mais rápido possível.
- Gostaria de responder o que acabei de lhe perguntar, Anne?
- Oh, Sra. Davis, perdoe-me. Não ouvi a pergunta. – Senti meu rosto esquentando, quase que instantaneamente. E ouvi risinhos contidos vindo do fundo de minha sala.
- Bom, Kate, se você estivesse prestando atenção, com certeza teria ouvido a pergunta. – Agora, eu podia ouvir Zach rindo livremente, sem sequer tentar disfarçar. Seguido, é claro, por outras pessoas populares que beijavam o chão em que ele e os outros jogadores do time de futebol - do qual Tyler era capitão - pisavam. Apesar de envergonhada, tentei manter meu tom de voz o mais calmo possível e respondi a Sra. Davis com a maior sinceridade e arrependimento que consegui figurar em minha voz:
- Não vai acontecer de novo, Senhora. Sinto muito.
Depois de analisar meu rosto por alguns segundos, a Sra. Davis pareceu satisfeita e voltou a me ignorar, continuando a aula. Tentei a todo custo permanecer acordada e atenta dessa vez, para não ser surpreendida. Quando o sinal tocou e fomos trocar de sala, ouvi a Sra. David chamar Zach para uma conversa. Esperava que fosse uma bronca ou algo assim. Ele merecia depois te ter me feito perder o ônibus de novo. Fui andando distraidamente pelo campus, lutando contra o sono. Pensei naquele momento de vergonha e em como eu poderia me desculpar com a Sra. Davis, uma excelente professora. Pensei em comprar-lhe café na Starbucks ou algo assim. Estava pensando nas várias maneiras que poderia usar para surpreendê-la quando ele me acertou com força, enquanto vínhamos em direções opostas, aparentemente ambos distraídos. Obviamente meus 56 quilos não tiveram impacto algum nele, porém Tyler e todos os seus 90 quilos levaram-me ao chão sem nenhuma dificuldade. Seu rosto agora se contorcia em uma expressão de preocupação, que não combinava com aquelas feições tão bonitas, e toda aquela preocupação era direcionada a mim.
- Ah Meu Deus, Kate. Você tá bem? Desculpe. Não vi você vindo. – Dizia ele ajoelhado ao meu lado, juntando meus livros, com sua voz grave.
- Tyler, Não foi nada sério. Não se preocupe comigo, tá legal? – Tentei levantar, mas senti dores em minhas costas. – Ai, cara. – Soltei sem querer, caindo novamente no chão, me arrependendo de imediato.
- Ah não, Kate, eu machuquei você. Venha, eu te ajudo a levantar. – Maravilha, aparentemente hoje era meu dia de sorte. Perdi o ônibus, dormi na aula, foi motivo de piada e agora, para minha humilhação completa, o ídolo da escola me atropelou. – Ah, cara. Eu sou um idiota.
- Ai, Tyler, pare com isso. Foi um acidente, e eu vou ficar bem, vê? – Disse, levantando-me com um esforço hercúleo. Continuei – Não precisa se preocupar comigo, de verdade. – Abri o melhor sorriso que consegui.
- Tem certeza? – disse ele, inseguro. – Eu levo você na enfermaria, se você quiser.
- Fala sério. Não seja bobo, por favor. – Isso humilhante demais.
- Tudo bem então. Desculpa. Sério. – Ele abriu um sorriso tímido, mas ainda assim muito bonito.
- Não foi nada. – E continuei andando, com dificuldade, mas tentando parecer normal.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

(Continuando)
Crescemos lado a lado, e costumávamos brincar juntos até os dez anos de idade. Porém, quando minha avó adoeceu e meus pais resolveram mudar temporariamente para a Califórnia, sete anos atrás, tudo mudou. Alugamos nossa casa e ficamos lá por seis anos, até que minha avó morreu. Quando voltei, Tyler se tornara outra pessoa. Havia crescido bastante e se tornado muito mais bonito do que aquele meu amigo que eu costumava sujar de lama. Agora jogava futebol e não parecia ter tempo para mais nada. O tempo passou e eu o via raramente, com exceção das vezes que olhava pela janela e o via em seu quarto, lendo ou ouvindo música. Eu o cumprimentava sempre que ele passava apressado por mim nos corredores da escola e algumas vezes conversávamos sobre banalidades, como o tempo ou algum professor, sempre muito rapidamente, quando esperávamos pelo ônibus da escola de manhã cedo.
Enquanto eu me lembrava de nossa infância e encarava a janela distraidamente, Tyler surgiu de repente e acenou para mim, com aquele sorriso radiante que conquistou metade das garotas da escola, e até arrancava suspiros de algumas professoras. Não pude evitar que meu coração desse uma cambalhota exagerada dentro do meu peito. Sorri de volta, da maneira mais despreocupada que consegui, constrangida. Levantei, peguei minha mochila surrada e desci para não perder o ônibus. De novo. Alguns de meus colegas tinham o prazer perverso de me ver correr atrás do ônibus. Não que correr fosse um problema, eu era um pouco desajeitada, mas eu adorava correr, não entraria na equipe da escola tão cedo, mas era tipo um hobbie. Porém, não é nada divertido correr atrás de um ônibus ás sete horas da manhã, com alguns de seus colegas rindo as suas custas, o que além de tudo, significa uma caminhada de três quilômetros até a escola. Sim, hilário. Como se o Ensino Médio já não fosse tortura suficiente.
Eu sou um dos trezentos estudantes do segundo ano da Russel High School, onde tenho que estar pontualmente ás oito horas da manha, todos os dias. Porém, nas últimas semanas, eu corria mais que o normal para não me atrasar, uma vez que se tornara raro eu conseguir pegar o ônibus. Estava quase vendo as grades da escola quando ouvi o sino tocar. Droga. Amaldiçoei mentalmente meus colegas mais uma vez antes de segurar com força minha mochila e disparar em direção aos portões da escola. Cheguei atrasada na minha aula de História Americana e a Sra. Davis, que já havia iniciado a aula, fingiu não me notar e continuou a falar sobre a Revolução Americana e a guerra contra a Inglaterra. Lancei um olhar de indiferença para Zach Carter e os seus seguidores, que insistiam em me torturar todas as manhãs, que deram risadinhas baixas ao me verem entrar na sala constrangida por meu atraso.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Capítulo 1

Acordei com a luz do sol, bem fraca, invadindo meu quarto. O relógio marcava cinco horas da manhã, ainda muito cedo para me arrumar para escola, então, sabendo que seria inútil tentar dormir de novo, levantei-me e me encarei no grande espelho branco de corpo todo, reformado por minha mãe anos atrás para combinar com meu quarto, todo em estilo vitoriano. Meu rosto, branco demais para meu gosto, denunciava uma noite mal dormida. Olheiras, não muito profundas, mas ainda assim visíveis, estavam lá, logo abaixo dos meus grandes olhos verdes amendoados, e meus cabelos estavam a mesma bagunça casual de sempre, castanhos bem claros e até que bonitos quando arrumados, não que eu me preocupasse muito com isso.
Desci com cuidado para não acordar mais ninguém da casa. Meu irmãozinho Peter provavelmente ainda estava dormindo, e meus pais, que hoje não trabalhariam, provavelmente gostariam de dormir um pouco mais. Comi sem pressa alguns biscoitos e um pouco de leite quente, lavei a louça que sujei e voltei rapidamente para meu quarto.
Vesti minha camiseta preferida, preta com uma estampa do U2, minha inseparável calça jeans e um par de tênis surrados que eu mesma havia enchido de desenhos a alguns anos atrás. Não estava com paciência para fazer nada elaborado no meu cabelo, portanto apenas o prendi em um rabo de cavalo e me sentei na cama para ler um livro que eu havia comprado alguns dias antes.
Olhei mais uma vez para o relógio, já eram quase seis da manhã e como de costume olhei para a janela, que ficava de frente para a janela do quarto do meu vizinho, Tyler Smith. Ele deixara a cortina aberta esta manhã e eu podia ver claramente o interior de seu quarto, todo azul, sua cama bagunçada e logo atrás uma estante cheia de troféus dos vários anos competindo em diversos esportes, nos quais era muito bom.
Tyler era o capitão do time de futebol americano da Russell High School, aluno do último ano e presidente do conselho estudantil. Com seu sorriso perfeito, olhos verdes – ainda mais verdes que os meus - e cabelos escuros como a noite, metade do corpo estudantil feminino suspirava por ele. Porém, eu sempre o vi como mais que apenas o capitão do time ou o bonitão da escola. Ele era muito mais que isso. Era inteligente, influente e simpático, até com aqueles considerados párias em nossa escola.
(continua no proximo episódio ;D háhá)

Por que "You Belong with me"?


Olá pessoal. Comecei esse blog para poder postar a história que eu estou escrevendo baseada no clipe da artista Taylor Swift - "You Belong With Me". Quem ainda não assistiu, dá uma olhada, é bem bacaninha.


A protagonista da história é Kate Robinson, uma adolescente fora dos padrões do segundo ano de uma escola em Princeton - New Jersey. E como no clipe, ela é vizinha do "gato" da escola.

Bom, aí vai a primeira parte de "You Belong With Me".

(Obs: A Foto da atriz Jessica Stroup na "capa" do e-book também tem explicação, ela é como eu imagino a Kate desde que comecei a escrever a história).


" Prólogo

Precisei dizer a mim mesma milhares de vezes que tudo ia dar certo. Pare com isso, repeti sem parar durante toda a noite, não há motivo para pânico. É só um baile. Não adiantou. Meu coração ainda martelava com força em minhas costelas e minhas mãos – suadas - tremiam incontrolavelmente.
Apesar do meu nervosismo, cruzei a porta principal do hotel e entrei. Foi quando eu o vi. Alto e belo, com um sorriso no rosto, ao lado dela, mas radiante em seu smoking, meu coração pulou quando, decidida, chequei mais uma vez se meu bilhete, amassado por ter ficado tanto tempo na minha bolsa, estava onde devia estar e entrei indo em direção a ele. "