terça-feira, 16 de março de 2010

Capítulo 3

Eu acordei tarde dessa vez, consegui dormir uma noite inteira sem acordar de madrugada nem nada. Um milagre. Provavelmente eu iria perder o ônibus, mas não estava assim tão preocupada com isso. Estava bem descansada, e apesar de ter acordado tarde, ainda me sobrava tempo pra ir andando tranquilamente para a escola. E eu superei meus problemas de ontem à noite. Guardei aquele bilhete estúpido no fundo da minha gaveta, coloquei uma saia (infelizmente, minha única roupa limpa disponível no armário) que não era bem mini, mas era bem acima do joelho. Uma camiseta mais justa, pra não cobrir a saia, e um tênis. Resolvi deixar o cabelo solto, já que ele estava completamente liso. Não olhei pra janela de Tyler nenhuma vez.
Enquanto eu descia as escadas, ouvi meu pai tentando convencer o Peter a comer uma coisa laranjada que dificilmente parecia comida. Algo de cenoura. Eca.
- Vamos Pete. Como você sabe que é ruim se você nem provou? – Meu pai tentou, em vão, fazer com que ele sequer provasse a tal coisa laranja,
- Pete não quer isso. Pete quer Sucrilhos. – Peter disse com sua vozinha de bebê mandão.
- Não, nem pensar. Você comeu Sucrilhos ontem. É só açúcar, querido. Você precisa de nutrientes para crescer e ficar bonito que nem o papai. – Minha mãe disse, numa voz que encerrava o assunto, mas ao mesmo com ternura, do jeito que só ela sabia.
- Bom dia pai, bom dia mãe. Olá Pete. – eu disse, beijando sua bochecha rosada e gordinha.
- Oh querida, você parece bem humorada... De saia? – Disse meu pai, surpreso e ao mesmo tempo preocupado. Ele não gostava muito desse negócio de saias. – Não tinha mais nenhuma daquelas suas longas calças rasgadas?
- Ora essa, Phill, por favor. Ela está linda. Veja que mocinha adorável ela está. E a saia nem é assim tão curta. – Minha mãe disse, beijando o ombro do meu pai enquanto passava por ele e me olhava. – Querida, você não vai perder o ônibus?
- Ah mãe, eu acho que já perdi – disse, olhando para o relógio. – Mas não tem problemas, eu ainda estou com uns quarenta minutos sobrando, não me importo de andar. Está um lindo dia.
- Er, bom, eu acho que tudo bem então. Coma seu cereal e vá logo, para não se atrasar. – Meu pai disse, beijando o topo da minha cabeça. – Tenho que ir, o Sr. Carter precisa de mim mais cedo essa manhã. Tchau, querida. – Disse beijando minha mãe, com um beijo rápido, mas ainda assim muito amoroso e depois se virou para Peter – E você mocinho, coma seu mingau.
Demorei no café mais do que gostaria, e já não tinha assim tanto tempo para andar, então, apressei o passo. Quando já estava quase na ponta da rua, vi uma BMW muito conhecida vindo em minha direção, Zach ao volante com seu sorriso perfeito, acenou para mim e parou ao meu lado:
- Hei garota bonita, quer uma carona? – Ele disse, fazendo uma triste imitação de um comercial de carros.
- Hum, não sei. Você sabe mesmo dirigir isso aí? – entrei na encenação, já abrindo a porta.

2 comentários:

  1. OIii, nuss o a história tá ótima... agora ela e o Zach...hum quero só ver...!!!!
    DICAS:
    ...Peter disse que sua vozinha de bebê mandão.....
    ...Peter disse com sua vozinha de bebê mandão.
    do primeiro jeito ñ da p/ entender direito quem está falando...
    Bjus!
    té ++++ !

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  2. Corrigido, obrigada pela observação.
    As vezes eu erro digitando --'

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